sábado, 6 de fevereiro de 2010

Afinidade professor - aluno

Afinidade - atração ou gosto natural por uma pessoa, coisa ou idéia.

Ainda que afinidade não aconteça naturalmente, poderá ser construida, modificada, assim como a inteligência. Ambas evoluem ao longo do desenvolvimento e se modificam de um período a outro, pois, à medida que um indivíduo se desenvolve, as necessidades afetivas se tornam cognitivas.(Almeida, 1999, p.44)

É de fundamental importância que o professor lance mão de alternativas que contribuam para a boa relação com o aluno.

Com um repertório pessoal de cada aluno em mãos, o educador conseguirá elaborar estratégias eficazes para a concretização de seus objetivos. Conhecer o aluno em suas relações inter-pessoais é uma das formas eficazes de se aproximar dele.

"Paulo Freire", sabiamente, proferiu que não há educação sem amor.

Amor pressupõe afeto, proximidade, vinculo emocional, querer bem, etc. Toda e qualquer definição de amor que se possa considerar, nos remete a sentimentos motivadores. Assim sendo, percebe-se que, de fato, uma aprendizagem que esteja baseada no amor poderá influenciar sobremaneira no desenvolvimento cognitivo do educando.

A maioria das crianças possui certa dificuldade em estabelecer clareza entre as relações familiares e escolares. Cabe ao professor, nesse momento ajudá-lo a se colocar em cada uma de forma confortável e positiva.

A função do docente é promover a aprendizagem dos alunos. Reconhecendo que envolvê-los, mobilizando seus processos de pensamentos, explorando todas as suas capacidades, fazer e refazer caminhos, criar, renovar e recriar procedimentos, entender que cada aluno é único com características próprias, saber preparar atividades capazes de gerar afetividade, tudo isso, levará o professor ao sucesso no processo ensino-aprendizagem.

Afeto??? Sempre!



sábado, 4 de abril de 2009

As pessoas ainda não foram terminadas...

As diferenças entre um sábio e um cientista? São muitas e não posso dizer todas. Só algumas.
O sábio conhece com a boca, o cientista, com a cabeça. Aquilo que o sábio conhece tem sabor, é comida, conhecimento corporal. O corpo gosta. A palavra "sapio", em latim, quer dizer "eu degusto"... O sábio é um cozinheiro que faz pratos saborosos com o que a vida oferece. O saber do sábio dá alegria, razões para viver. Já o que o cientista oferece não tem gosto, não mexe com o corpo, não dá razões para viver. O cientista retruca: "Não tem gosto, mas tem poder"... É verdade. O sábio ensina coisas do amor. O cientista, do poder.
Para o cientista, o silêncio é o espaço da ignorância. Nele não mora saber algum; é um vazio que nada diz. Para o sábio o silêncio é o tempo da escuta, quando se ouve uma melodia que faz chorar, como disse Fernando Pessoa num dos seus poemas. Roland Barthes, já velho, confessou que abandonara os saberes faláveis e se dedicava, no seu momento crepuscular, aos sabores inefáveis.
Outra diferença é que para ser cientista há de se estudar muito, enquanto para ser sábio não é preciso estudar. Um dos aforismos do Tao-Te-Ching diz o seguinte: "Na busca dos saberes, cada dia alguma coisa é acrescentada. Na busca da sabedoria, cada dia alguma coisa é abandonada". O cientista soma. O sábio subtrai. Riobaldo, ao que me consta, não tinha diploma. E, não obstante, era sábio. Vejam só o que ele disse: "O senhor mire e veja: o mais importante e bonito do mun­do é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando..."
É só por causa dessa sabedoria que há educadores. A educação acontece enquanto as pessoas vão mudando, para que não deixem de mudar. Se as pessoas estivessem prontas não haveria lugar para a educação. O educador ajuda os outros a irem mudando no tempo.
Eu mesmo já mudei nem sei quantas vezes. As pessoas da minha geração são as que viveram mais tempo, não pelo número de anos contados pelos relógios e calendários, mas pela infinidade de mundos por que passamos num tempo tão curto. Nos meus 74 anos, meu corpo e minha cabeça viajaram do mundo da pedra lascada e da madeira - monjolo, pi­lão, lamparina - até o mundo dos computadores e da internet.
Os animais e plantas também mudam, mas tão devagar que não percebemos. Estão prontos. Abelhas, vespas, cobras, formigas, pássaros, aranhas são o que são e fazem o que fazem há milhões de anos. Porque estão prontos, não precisam pensar e não podem ser educados. Sua programação, o tal de DNA, já nasce pronta. Seus corpos já nascem sabendo o que precisam saber para viver.
Conosco aconteceu diferente. Parece que, ao nos criar, o Criador cometeu um erro (ou nos pregou uma peça!): deu-nos um DNA incompleto. E porque nosso DNA é incompleto somos condenados a pensar. Pensar para quê? Para inventar a vida! É por isso, porque nosso DNA é incompleto, que inventamos poesia, culinária, música, ciência, arquitetura, jardins, religiões, esses mundos a que se dá o nome de cultura.
Pra isso existem os educadores: para cumprir o dito do Riobaldo... Uma escola é um caldeirão de bruxas que o educador vai mexendo para "desigualizar" as pessoas e fazer outros mundos nascerem...
Rubem Alves - Educador e escritor

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Importância do Apego no Processo de Desenvolvimento

Estudar o estabelecimento e desenvolvimento do apego como fator que contribui para o desenvolvimento saudável dos indivíduos é o objetivo deste trabalho. Buscaremos a partir de dados de nossa experiência clínica amparados por parte da literatura, desenvolvida entre l988 e 1999, discutir como o apego seguro, vivido na primeira infância influencia nas relações do indivíduo com a sociedade.
Apego é uma expressão usada tanto pelo senso comum quanto nos meios acadêmicos. Popularmente usa-se com freqüência expressões como: fulano é muito apegado à sua mãe; beltrano é muito apegado à sua família ou a seu namorado (a). Na definição de Ainsworth (1989) citada em Bee (1996), tais expressões referem-se, em verdade, a um vínculo afetivo desenvolvido pelo indivíduo em relação a um parceiro que, por sua importância, deseja-se que sempre esteja próximo e que não pode ser substituído por nenhum outro.
O apego é definido por Bee (1996) como uma variação do vínculo afetivo, onde existe a necessidade da presença do outro e um acréscimo na sensação de segurança na presença deste. No apego o outro é visto como uma base segura, a partir da qual o indivíduo pode explorar o mundo e experimentar outras relações.
Bee (1996) usa o relacionamento pais e filhos para demonstrar a diferença entre apego e vínculo afetivo. O sentimento do bebê em relação a seus pais é um apego, na medida em que ele sente nos pais a base segura para explorar e conhecer o mundo à sua volta. O sentimento dos pais em relação ao filho é mais corretamente descrito por vínculo afetivo, já que os pais não experimentam um aumento em seu senso de segurança na presença do filho, e tampouco o filho tem para os pais a característica de base segura.
BEE, H. (1996). A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artes Médicas